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Inocênte de Quê?

"É relativamente fácil suportar a injustiça. O mais difícil é suportar a Justiça" - Henry Menchen

"É relativamente fácil suportar a injustiça. O mais difícil é suportar a Justiça" - Henry Menchen

Inocênte de Quê?

22
Ago20

112 - Julgamento - 2ª Audição - Testemunha 8

António Dias

Horário.jpg

 

112

Advogado da Assistente – Olhe, e trabalhou até que idade, já agora?

Maria Bigodes – Até há 2 anos.

Advogado da Assistente – Em 2012 trabalhava?

Maria Bigodes – Ora estamos em 2015, sim. Em 2012 trabalhava!

Advogado da Assistente – Todos os dias?

Maria Bigodes – Sim, sim, todos os dias!

Advogado da Assistente – De manhã e de tarde?

Maria Bigodes – De manhã e de tarde, sim! Saía às 9 da manhã e vinha normalmente às 17H30 para casa.

Advogado da Assistente – 17H30?

Maria Bigodes – Sim!

Advogado da Assistente – Consegue precisar-me como é que a senhora sabe, já que estava no trabalho …

Maria Bigodes –  … sim, mas eu tinha horário flexível, não tinha um horário rígido …

Advogado da Assistente - … posso acabar a pergunta?

Maria Bigodes – Pode com certeza!

Advogado da Assistente – Se me permitisse! Como é que a senhora sabe, se estava a trabalhar de manhã e à tarde, a que horas é que os senhores jardineiros entravam no quintal do vizinho?

Maria Bigodes – Eu não disse que sabia a hora de entrada …

Advogado da Assistente - … eu vou-lhe dizer, eu vou-lhe dizer …

Maria Bigodes - … disse que sabia a hora de saída …

Advogado da Assistente - … no seu depoimento a senhora disse qualquer coisa como isto, “saem por volta das 17H30 e chegam às 15H00”.

Maria Bigodes – Eu disse isso porque eles normalmente têm 3 horas …

Advogado da Assistente - … mas eu faço-lhe então, esqueça a hora de entrada …

Maria Bigodes - … eles trabalham na minha casa. Ok, esqueço a entrada!

Advogado da Assistente – A senhora chega às 18H00, então como é que sabe que eles saem às 17H30?

Maria Bigodes – Como professora eu não tinha horário rígido para chegar a casa, podia chegar às 16H30, podia chegar às 17H00, 17H30, podia chegar às 18H00!

Advogado da Assistente – Mas via-os sair, ou via-os lá a trabalhar?

Maria Bigodes – Via-os normalmente a sair, portanto, normalmente quando eu chegava, eles ainda lá estavam, e depois via-os sair.

Advogado da Assistente – Não sabia se tinham chegado 10 minutos antes, por exemplo?

Maria Bigodes – Não!

Advogado da Assistente – Olhe, a senhora não reparou nas intervenções feitas pelo SMAS nesta praceta, neste período, uma larga quantidade de vezes!

Maria Bigodes – Não reparei!

Advogado da Assistente – Não reparou?

Maria Bigodes – Não! Só vi realmente …

Juiz - … ela já disse …

Advogado da Assistente - … nenhum vizinho comentou consigo?

Maria Bigodes – Não! Ninguém comentou comigo.

Juiz – Só viu uma vez lá os camiões, senhor doutor!

15
Ago20

111 - Julgamento - 2ª Audição - Testemunha 8

António Dias

Casa vitor.jpg

 

111

 

 

Juiz – Senhor doutor, quer algum esclarecimento?

Advogado da Assistente – Quero! Dá licença V. Exa. Olhe, fiquei aqui com uma dúvida. A senhora entra e dá a volta, a sua casa fica na rua de acesso à praceta?

Maria Bigodes – Exatamente!

Advogado da Assistente – Do lado esquerdo ou do lado direito?

Maria Bigodes – Do lado direito quando subo!

Advogado da Assistente – Do lado direito, é a última casa antes da praceta?

Maria Bigodes – A última não, a primeira …

Advogado da Assistente - … a última antes de chegar à praceta?

Maria Bigodes – Só há uma!

Advogado da Assistente – Ah, é a primeira e a última!

Maria Bigodes – Exatamente!

Advogado da Assistente – A casa imediatamente a seguir é de quem?

Maria Bigodes – É do senhor Miguel Miranda!

Advogado da Assistente – Do senhor Miguel Miranda. E depois?

Maria Bigodes – E depois é a do Dundas. É uma moradia que tem um gradeamento e não se vê da praceta.

Advogado da Assistente – E a do senhor Vítor Carvalho?

Maria Bigodes – É do lado esquerdo quando se sobe!

Advogado da Assistente – Mas antes da praceta ou já na praceta?

Maria Bigodes – É na rua e na praceta!

Advogado da Assistente – Ou seja, é de frente à sua casa? Eu não conheço a praceta, para lhe dizer a verdade não conheço a praceta!

Maria Bigodes – O portão de acesso dos carros fica em frente à minha casa, o portão pequenino fica na praceta.

Advogado da Assistente – E o quintal do senhor Vítor, fica mais para o lado da praceta ou mais para o lado da rua de acesso à praceta?

Maria Bigodes – É todo, é quintal todo à volta!

Advogado da Assistente – É que nesta zona onde estava o tal tubo …

Maria Bigodes - … eu nunca vi o tubo!

Advogado da Assistente – Olhe, depois não percebi outra coisa, a senhora diz que só ia à praceta quando ia dar a volta ao carro, quando chegava?

Maria Bigodes – Sim, quando chego dou a volta …

Advogado da Assistente - … isso era por volta de que hora?

Maria Bigodes – Eu normalmente quando estava a trabalhar chegava aí por volta das 18H00, 18H30.

08
Ago20

110 - Julgamento - 2ª Audição - Testemunha 8

António Dias

 

Caes.jpg

 

110

Advogado do Arguido – Lembra-se se no tempo em que estava a mangueira em ligação à caixa de visita, se essa obra estava sinalizada, se havia algum aviso …

Maria Bigodes - … não, não havia aviso nenhum, apenas estava um gradeamento à volta da caixa. Mais nada! Não houve aviso absolutamente nenhum de estar ali alguma obra.

Advogado do Arguido – Mais ou menos há quanto tempo é que é vizinha do casal Vítor e Sílvia Carvalho?

Maria Bigodes – É assim, eu vivo naquela praceta há 25 anos!

Juiz – Vive na praceta?

Maria Bigodes – Na praceta no nº 7!

Juiz – Na rua de acesso à praceta!

Maria Bigodes – Na rua de acesso à praceta, é o nº 7.

Juiz – É um bocadinho diferente, não é?

Maria Bigodes – É um bocadinho diferente!

Juiz – É tão diferente que a senhora só viu lá uma vez a carrinha!

Maria Bigodes – Exato! Portanto, no nº 6 é o Miguel, vive nessa praceta, e depois o nº 5, a Dundas, e o nº 4, que vive nessa praceta há volta de 15 anos. Eu já lá estava quando …

Juiz - … quando eles foram para lá!

Maria Bigodes – Para lá!

Juiz – Exatamente!

Maria Bigodes – Quando a casa foi construída nós já lá estávamos. Há 15 anos!

Advogado do Arguido – E nesta altura, na segunda metade de 2012, qual era a sua relação com o casal Vítor e Sílvia Carvalho?

Maria Bigodes – É assim, a relação foi sempre “bom dia”, “boa tarde” quando nos cruzávamos. Nunca houve grande relação! Embora eu tenha tido exactamente nesse período um problema com eles. Vivo ali há cerca de 25 anos e tive sempre dois cães na minha moradia. Foram-se revezando porque foram morrendo. Na altura em que apenas tive um foi precisamente entre 2011 a 2014, e fui notificada pela polícia talvez quatro vezes, duas em 2012 e duas em 2013, na sei precisar as alturas, sei que estava de férias. Diziam que o meu cão tinha ladrado e eu não o tinha mandado calar. Fiquei a saber que tinham sido os vizinhos do nº 4 que tinham feito queixa à polícia, e que tinham ido lá várias vezes.

Advogado do Arguido – Há quanto tempo é que é vizinha do arguido?

Maria Bigodes – Desde há 25 anos. Com ele nunca tive qualquer problema em termos de vivência, temos muita ligação nas casas, sempre conversámos, sempre falámos bem, nunca tive qualquer problema. Com o vizinho da frente foi sempre “bom dia”, “boa tarde” ….

Juiz - … já disse, ele não gosta de cães …

Advogado do Arguido - … muito obrigado dona Cristina!

01
Ago20

109 - Julgamento - 2ª Audição - Testemunha 8

António Dias

 

Jardineiros.JPG

109

Testemunha Maria Bigodes

Testemunha 8

 (13 minutos e 26 segundos)

 

Juiz – Diga-me o seu nome completo!

Testemunha – Maria Bigodes.

Juiz – O seu estado civil, minha senhora?

Maria Bigodes – Casada!

Juiz – A sua profissão?

Maria Bigodes – Professora aposentada!

Juiz – Que idade é que a senhora tem?

Maria Bigodes – 61 anos!

Juiz – Olhe, só um bocadinho. Desligue lá isso se faz favor! Chame lá ali o senhor.

A zona da assistência estava a encher-se de profissionais da comunicação social, preparados para a próxima audiência que iria ter como arguido um ex-marido de uma figura pública. Iria ser defendido por dois advogados, um deles também uma figura pública. Houve troca de comentários entre o juiz e este advogado.

Juiz – Não é preciso todo este aparato!

Advogado Fernando Seara – É uma opinião, eu também tenho a minha opinião!

Juiz – Já está a gravar? Jura dizer a verdade aqui ao tribunal?

Maria Bigodes – Ah, com certeza, sim juro!

Juiz – Jura! Faça favor de se sentar. Senhor doutor, faça favor!

Advogado do Arguido – Boa tarde dona Cristina. Sabe do que é que estamos aqui a falar? Primeira coisa, a dona Cristina mora também naquela praceta, ou próximo da praceta. Importa-se de dizer ao tribunal onde mora?

Maria Bigodes – Sim, moro na praceta no nº 7.

Advogado do Arguido – E que é vizinha …

Maria Bigodes - … sou vizinha …

Advogado do Arguido - … do arguido …

Maria Bigodes - … do arguido neste processo!

Advogado do Arguido – Dona Cristina, existem aqui 3 momentos que estão a ser julgados, dois deles que ocorreram um em setembro e outro em novembro de 2012, ou seja, vai fazer três anos. Dona Cristina, recorda-se se nas sextas feiras à tarde, neste período, em Setembro e Novembro de 2012, estava alguém a trabalhar na praceta da parte da tarde?

Maria Bigodes – Sim, normalmente estão os jardineiros, são dois rapazes que vão fazer jardinagem na moradia nº4. Geralmente vão às sextas feiras, e penso que eles já estão lá há mais de cinco anos. Portanto, à partida eles costumam estar à sexta feira na praceta, com a carrinha, e estão a trabalhar dentro da moradia.

Advogado do Arguido – E mais ou menos quanto tempo é que ficam?

Maria Bigodes – Salvo erro eles costumam sair de lá normalmente por volta das 17H30, nunca saem antes. A entrada não sei bem, mas talvez por volta das 15H00, 14H30, normalmente fazem 3 horas.

Advogado do Arguido – Diga-me uma coisa, conhece esses jardineiros?

Maria Bigodes – Sim, eles de há 1 ano para cá trabalham também em minha casa. Tinha outras pessoas mas foram-se embora. Falei com eles e passaram a ir à quinta feira, normalmente da parte da manhã. Mas só há 1 ano!

Advogado do Arguido – Dona Cristina, no período que estamos aqui a falar, portanto, Setembro, outubro e Novembro de 2012, recorda-se de ter visto a praceta suja com esgoto?

Maria Bigodes – Não, não me recordo de ter visto alguma sujidade de esgoto na praceta. Recordo-me de ter ouvido um camião grande, talvez 1 dia, 2 dias, 3 dias, não sei, sei que numa noite permaneceu lá grande parte do tempo a desentupir qualquer coisa, fazia barulho. Pronto, lembro-me desta situação. Agora em termos de sujidade na praceta, não me lembro de ver a praceta suja. Eu também só vou à praceta quando venho de carro, às vezes já vinha ao fim da tarde para dar a volta, porque deixo o carro normalmente junto à minha moradia, que é na rua que sobe …

Advogado do Arguido - … na rua de acesso à praceta?

Maria Bigodes – Na rua de acesso à praceta!

Juiz – Exatamente! Portanto, vai de carro, dá a volta e nem se apercebe se quer do que lá se passa …

Maria Bigodes - … não …

Juiz - … eventualmente viu lá um dia …

Maria Bigodes - … vi, vi lá …

Juiz - … viu lá uma vez um carro …

Maria Bigodes - … vi, vi um …

Juiz - … viu lá uma vez um carro …

Maria Bigodes - … sim, um carro, uma camioneta …

Juiz - … e viu que estava lá a reparar alguma coisa …

Maria Bigodes - … mas não vi o que estavam a fazer. E vi depois a situação de terem lá posto durante o dia …

Juiz - … no chão …

Maria Bigodes - … uma vedação para as pessoas não se chegarem àquela tampa.  

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