104 - Julgamento - 2ª Audiência - Testemunha 7
104
Advogado da Assistente – Vou-lhe dar um exemplo, imagine que nesta sexta-feira …
Ana Miranda - … sim …
Advogado da Assistente - … a senhora está em sua casa …
Ana Miranda - … sim …
Advogado da Assistente - … e ouviu um barulho no quintal do seu vizinho …
Ana Miranda - … sim …
Advogado da Assistente - … foi lá confirmar se eram os jardineiros?
Ana Miranda – Não!
Advogado da Assistente – Agora faço-lhe esta pergunta, imagine que nesse quintal está uma pessoa a destruir um tubo. Como é que a senhora sabe se é alguém a destruir um tubo, ou se é um jardineiro que está a tratar do jardim, se não foi confirmar?
Ana Miranda – Não sei!
Advogado da Assistente – Então a senhora não sabe, nestas sextas-feiras à tarde, quem está lá …
Ana Miranda - … mas é difícil que alguém consiga fazer alguma coisa ali com os jardineiros …
Advogado da Assistente - … minha senhora, eu opiniões tenho muitas e sobre tudo …
Ana Miranda - … pronto, com certeza, sim, com certeza …
Advogado da Assistente - … a minha questão é o que a senhora sabe, ou viu …
Ana Miranda - … não vi nada!
Advogado da Assistente – Não viu nada?
Ana Miranda – Não vi absolutamente nada!
Advogado da Assistente – Então a senhora não sabe se nestas sextas-feiras sequer se lá estavam os jardineiros?
Ana Miranda – Sei que estavam lá os jardineiros!
Advogado da Assistente – Então como é que sabe, se não os viu!
Ana Miranda – É assim ò senhor doutor, eu estou a dizer, eu não sei se realmente estavam lá os jardineiros, o senhor doutor tem razão, costumam estar às sextas feiras, eu não me recordo exatamente dessa sexta feira, isso já foi há 2 ou 3 anos, não me recordo exatamente, agora que eles costumam estar às sextas feiras, costumam! Pronto, é só isso!
Advogado da Assistente – Olhe, por aquilo que nos contou do seu marido, vai de manhã para a instituição fundação, almoça lá àquela hora …
Ana Miranda - … sim …
Advogado da Assistente - … é por reporte ao que ele lhe diz, a senhora não vai lá?
Ana Miranda – Com certeza!
Advogado da Assistente – Ò minha senhora é só uma posição direta e indirecta.
Ana Miranda – É normal.
Advogado da Assistente – Ò minha senhora, eu não disse que é normal, só queria saber a razão de ciência desses factos. Olhe, desculpe voltar-lhe à pergunta …
Ana Miranda - … sim, faz favor …
Advogado da Assistente - … mas neste mês de setembro, este período, em 2012, foi assim muito, muito chuvoso?
Ana Miranda – Setembro, outubro, eu penso que não, em que só lá talvez para novembro …
Advogado da Assistente - … se não foi assim tão chuvoso …
Ana Miranda - ... talvez novembro, não sei …
Advogado da Assistente - … há um efeito, não sei, vem quase do senso comum, se há poças no chão com água, é porque a água vem de algum lado …
Ana Miranda - … sim …
Advogado da Assistente - … se há poças gigantes é porque vem muita água de algum lado!
Ana Miranda – Siiiim!
Advogado da Assistente - … é um silogismo um bocado lógico. Se não choveu assim tanto, e havia poças grandes …
Ana Miranda - … não eram grandes, não eram gigantes, eram para aí poças com um metro de diâmetro …
Advogado da Assistente - … e nunca se questionou de onde é que viria essa água? Presumo que houvesse mau cheiro, a senhora à bocado confirmou …
Ana Miranda - … eu depois depreendi, de início, é o que eu lhe digo, eu não tenho o hábito de ir ali ver o que é que se passa, ou deixa de se passar, eu tinha mais do que fazer na altura, senhor doutor. Depois comecei a perceber claro, quando começaram a vir as carrinhas todas …