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Inocênte de Quê?

"É relativamente fácil suportar a injustiça. O mais difícil é suportar a Justiça" - Henry Menchen

"É relativamente fácil suportar a injustiça. O mais difícil é suportar a Justiça" - Henry Menchen

Inocênte de Quê?

25
Jan20

83 - Julgamento - Primeira Audiência - 5ª Testemunha

António Dias

Praceta.jpg

 

83

 

Juiz - … exponha-me lá, exponha-me lá o local relativamente ao seu escritório. Já me disse que o seu escritório é na esquina da casa. O dela é onde?

Vítor Carvalho – É na outra esquina!

Juiz – Na esquina contrária?

Vítor Carvalho – Na esquina contrária!

Juiz – Olhando para a sua casa, digamos, é um rectângulo, ou um …

Vítor Carvalho - … é um rectângulo …

Juiz - … um paralelepípedo!

Vítor Carvalho – Uma circun … pronto …

Juiz - … esse paralelepípedo digamos que tem umas retas, o seu escritório, digamos, é na área vertical de frente do lado direito, quando estamos de frente para a casa …

Vítor Carvalho - … sim, sim, sim …

Juiz - … o escritório da sua mulher é na área vertical do lado esquerdo?

Vítor Carvalho – Quando estamos de costas para a casa!

Juiz – Então …

Vítor Carvalho - … é ao contrário …

Juiz - … quando estamos de frente para a casa, é essa a minha ideia, o seu escritório, onde devia estar no escritório, é na aresta do lado esquerdo da casa, quando estamos de frente para ela?

Vítor Carvalho – Para ela, é!

Juiz – E do seu escritório vê-se perfeitamente o local onde está a caixa?

Vítor Carvalho – Vê-se a praceta praticamente toda …

Juiz - … toda! Portanto vê-se o movimento das pessoas e vê-se o local. O escritório da sua mulher é exactamente na aresta vertical contrária, do lado direito, e está tapada com arbustos?

Vítor Carvalho – Tem menos visibilidade que o meu.

Juiz – Está tapada com arbustos?

Vítor Carvalho – Sim!

Juiz – Tem o gradeamento e tem arbustos lá plantados que lhe fazem uma …

Vítor Carvalho - … excepto na zona da porta …

Juiz - … dão algum recato ao vosso quintal, não é? Para dar algum recato ao vosso quintal! No seu caso não tem arbustos à frente?

Vítor Carvalho – Não! Quero dizer, tenho poucos …

Juiz - … é uma zona próxima da porta da casa!

Vítor Carvalho – É uma zona onde não cresce nada praticamente …

Juiz - … é uma zona aberta …

Vítor Carvalho - … é …

18
Jan20

82 - Julgamento - Primeira Audiência - 5ª Testemunha

António Dias

Duvida.jpg

 

82

 

Juiz - … sim senhor, então o senhor viu-o uma vez fazer isso, viu com os seus próprios olhos do seu escritório, diz que foi através disto, exactamente isto, na segunda viu-o através das imagens da gravação …

Vítor Carvalho - … sim …

Juiz - … que aqui tem 4 horas, 3 ou quatro?

Vítor Carvalho – Sim!

Juiz – Pronto! Quer dizer, não temos o resto das imagens, mas habitam ali quatro pessoas. É que, por exemplo, naquele dia, a seguir ao almoço, supostamente que seja ele, o trabalho é que nos vai esclarecer se é ele ou não, pega na mangueira e coloca-a dentro do seu jardim, a mangueira não estava metida dentro do …

Vítor Carvalho - … pois não, já tinha sido tirada!

Juiz – Mas isso não gravou, e já estava a gravar!

Vítor Carvalho – Não!

Juiz – Não, não começou naquele dia, ou seja, não, ouça, isto é assim, nós estamos aqui no tribunal criminal a julgar crimes, e há uma coisa que a pessoa refere essa coisa que é o segredo do tribunal, ou é condenado ou é absolvido, independentemente se fez ou não! Mais vale um criminoso livre do que um inocente condenado. São princípios que nós devemos respeitar num Estado que é supostamente de Direito, e portanto o que está aqui em causa é que se ele foi falado, certo?

Vítor Carvalho – Sim!

Juiz – E fico por aí, o encargo da mangueira, o que vier já estava inquinado, já está! Quem é que tirou a mangueira? Não tivemos o privilégio de ver as gravações anteriores àquilo. Não vimos! Portanto, em 3 ou 4 horas consecutivas. Aquilo dispara, independentemente do cão que passou ali, mordeu e puxou, que desviou a mangueira, ou de alguém que lá foi e tirou. Alguém tirou a mangueira. De acordo com os técnicos que cá vieram, a mangueira estava introduzida naquela caixa cerca de 1 metro …

Vítor Carvalho - … eu sei …

Juiz - … penso que apertado, de algum modo era difícil sair com outros meios se não fosse alguém a puxar. Portanto, essa imagem não vemos no filme.

Vítor Carvalho – Há muitas imagens que se perderam, mas isso é o sistema, é mesmo o sistema …

Juiz - … você não é o responsável pelo que filmava no jardim?

Vítor Carvalho – Eu compreendo a pergunta …

Juiz - … e se não é o responsável é essa a minha dúvida, pode dizer até que, enfim, um passarinho alterou aquilo, agora a dúvida …

Vítor Carvalho - … eu só lhe consigo explicar realmente, compreendo perfeitamente a sua dúvida, e …

Juiz - … eu não posso ter dúvidas …

Vítor Carvalho - … eu sei …

Juiz - … não é crítica a ninguém, mas não posso ter dúvidas, porque na dúvida eu absolvo o arguido. A questão é consigo que eu ligo. Não deve, também posso esperar um bocadinho, vou dar algum tempo para o senhor, sim senhor, então estas imagens são únicas. Viu mais alguma vez este senhor, nomeadamente a cortar a mangueira? Sabe disso, eu estou-lhe a referir porque isso está aqui, toda a gente viu ele a cortar a mangueira, viu ele a aproximar-se do quintal?

Vítor Carvalho – Vi ele a aproximar-se do quintal!

Juiz – Onde é que estava?

Vítor Carvalho – Estava no mesmo sítio, no escritório!

Juiz – E a sua mulher, onde é que estava?

Vítor Carvalho – Penso que estava no escritório dela!

Juiz – Dela?

Vítor Carvalho – Sim!

Juiz – E o escritório dela tem visibilidade como o senhor tem?

Vítor Carvalho – Não, vê-se que é num sítio diferente da casa, portanto vê-se de uma maneira …

12
Jan20

81 - Julgamento - Primeira Audiência - 5ª Testemunha

António Dias

Morcego.jpg

 

81

 

Juiz – 3 dias? Três dias é o que está naquela gravação?

Vítor Carvalho – Sim!

Juiz – E só apanha aquela zona, digamos, onde está a portaria, 3 ou 4 horas de gravação de uma zona limitada …

Vítor Carvalho - … uma zona que não tem …

Juiz - … não, não vale a pena responder àquilo que não lhe pergunto, não vale a pena perdermos tempo com questões, só quero que me responda ao que lhe pergunto. Aquilo está centrado no local onde ficava o tal receptor …

Vítor Carvalho - … exactamente …

Juiz - … estava ali centrado …

Vítor Carvalho - … exactamente …

Juiz - … portanto, tudo o que se movimentou naquela zona o vídeo gravou durante 3 ou 4 horas?

Vítor Carvalho – Exatamente!

Juiz – E o senhor só tem aquelas imagens de 30 segundos, dos 3 dias?

Vítor Carvalho – Só tenho aquilo!

Juiz – Durante 3 ou 4 dias, que faz 3 ou 4 horas de gravação, dum único sítio, dum único sítio, que se pressupõe que passavam lá pessoas durante essas 3 ou 4 horas de gravação. O que é que se passou, durante essas 3 ou 4 horas de gravação, que tivessem ativado o mecanismo? O senhor doutor desculpe eu estar a fazer estas perguntas, mas é para nós esclarecermos esta questão da gravação. O que é que se passou durante este intervalo de 3 ou 4 horas, que corresponde a 3 ou 4 dias, não é? Portanto 3 ou 4 dias, 3 ou 4 horas, dá 1 hora por dia, bem, mais ou menos …

Vítor Carvalho - … sim …

Juiz - … um dia é hora e meia, outro é só meia hora, o que é que está lá gravado, numa zona restrita da praceta, porque não é a praceta toda que está ali visível, a câmara é fixa, não é móvel, dispara e ativa-se com o movimento, portanto digamos, com 3 ou 4 horas de movimentos numa zona onde está a caixa instalada? Que movimentos é que ocorreram lá, o senhor tem essas imagens, nós não temos, a gente precisava desse filme. Ainda tem?

Vítor Carvalho – Tenho! Aliás, o senhor doutor deve ter …

Juiz - … não tenho não …

Ministério Público - … não senhor doutor …

Juiz - … o que nós temos aqui é um conjunto de fotografias, e há algumas que estão em movimento da sua, e depois há-de me dizer quem é aquela pessoa que anda lá de trás para a frente, daqui a bocadinho. Só temos uma de um movimento, e o total?

Vítor Carvalho – É isso!

Juiz – Não produziu mais nada? Três ou quatro dias em que passaram lá pessoas e animais?

Vítor Carvalho – Mas esses eu não guardei porque achei que na altura …

Juiz - … num sítio onde vão lá de propósito para fazer isso, é um local de não passagem …

Vítor Carvalho - … sim …

Juiz - … eventualmente este senhor terá parado o carro, um dia ou outro, lá à sombra e ido à vida dele. Num sítio que não tem movimento, não tem ninguém que passa lá, tem 3 ou 4 imagens em movimento, eu gostava de saber o que é que se passou lá durante tanto tempo?

Vítor Carvalho – É simples! Um pássaro faz movimentar. O vento ao bater nas árvores e nas folhas faz movimentar …

04
Jan20

80 - Julgamento - Primeira Audiência - 5ª Testemunha

António Dias

Velhas.jpg

 

80

 

Vítor Carvalho – Sim, sim …

Juiz - … mas como é que é, o senhor começou a filmar quando se apercebeu da aproximação dele?

Vítor Carvalho – Não, não, eu não comecei a filmar, o sistema é automático.

Juiz – Mas o sistema não está sempre a filmar?

Vítor Carvalho – Não, o sistema …

Juiz - … então como é que concretamente, em concreto, o que é preciso, apanhou o indivíduo a fazer …

Vítor Carvalho - … o sistema começa a filmar quando sente, quando deteta movimento, a …

Juiz - … então tem muitas imagens lá?

Vítor Carvalho – Tenho muitas imagens lá!

Juiz – Então está quase sempre aquilo ligado?

Vítor Carvalho – O sistema … ah … funciona da seguinte maneira … ah … tem uma determinada capacidade e as imagens que vão sendo filmadas vão acumulando mais ou menos até perfazer umas 5 a 6 horas de gravação.

Juiz – Sim senhor, mas então vamos ver. O senhor tem uma propriedade privada, e estava na sua porta?

Vítor Carvalho – Neste caso estava na minha porta …

Juiz - … neste caso porquê? Há outro caso que esteja de outra maneira?

Vítor Carvalho – Há!

Juiz – Então o senhor tem mais imagens se calhar?

Vítor Carvalho – Não! Tenho um sistema …

Juiz - … eu estou a falar do seu sistema, os que há não me interessa …

Vítor Carvalho - … não, não, é do meu sistema …

Juiz - … o seu sistema está colocado na porta, ou está colocado à volta do jardim?

Vítor Carvalho – Está colocado, eu tenho um sistema que está colocado dentro do perímetro da minha, do jardim.

Juiz – Tem um sistema de vigilância no seu jardim?

Vítor Carvalho – Exatamente! E este sistema eu, enfim, tenho conhecimentos técnicos para isso, retirei o sinal de vídeo do vídeo da porteira e liguei-o a um sistema de registo …

Juiz - … de registo, de movimento?

Vítor Carvalho – Exatamente!

Juiz – Então o senhor quanto tempo é que teve esse registo, um minuto? Quantas horas de captação de imagens é que teve?

Vítor Carvalho – Ah, não sei precisar … o sistema funciona em contínuo mas …

Juiz - … já me explicou! Eu quero saber é a quantidade de informação que captou. Aquilo só dispara quando, por muito pouco movimento que tenha a sua praceta, há-de ter algum …

Vítor Carvalho - … não tem não …

Juiz - … o senhor sai e entra …

Vítor Carvalho - … sim mas …

Juiz - … o outro sai e entra, quando os animais que andam lá na rua passam …

Vítor Carvalho - … passa um animal, vou dar-lhe um exemplo, passa um animal e aquilo arranca, se não passar mais animal nenhum ao fim de 1 minuto pára …

Juiz - … exactamente, se quiser ter em conta aquilo na prática todo o movimento da praceta será registado no arquivo, que por muito pouco que seja, não é? Há pelo menos um conjunto de movimentos que somados dão, podem dar horas!

Vítor Carvalho – Sim!

Juiz – Quantas horas de gravação é que o senhor fez?

Vítor Carvalho – Visualizáveis, penso que 3 ou 4 horas.

Juiz – 3 ou 4 horas! E durante que intervalo de tempo, não é o tempo de gravação, que intervalo de tempo isso esteve ativado?

Vítor Carvalho – Isso esteve ativado 3 dias!

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