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Inocênte de Quê?

"É relativamente fácil suportar a injustiça. O mais difícil é suportar a Justiça" - Henry Menchen

"É relativamente fácil suportar a injustiça. O mais difícil é suportar a Justiça" - Henry Menchen

Inocênte de Quê?

28
Dez19

79 - Julgamento - Primeira Audiência - 5ª Testemunha

António Dias

Praceta.jpg

79

Juiz – Antes de mais eu vou-lhe enquadrar a situação. Estamos aqui porque alguém, supostamente o arguido, terá retirado a mangueira, houve um incidente lá com os esgotos, a câmara meteu lá um sistema, uma solução provisória para resolver a eventualidade e alguém, supostamente o arguido, vamos ver se há algum conteúdo, terá retirado a mangueira uma vez num sítio, outra vez noutro, isto é o que nós estamos aqui, isto passou-se, neste intervalo de tempo de cerca de 3 meses, ou seja, entre setembro e novembro, isto é importante estarmos aqui já a falar das datas, e é isto que nós queremos saber, o senhor, é destes factos que estamos aqui hoje a falar, o que é que o senhor viu? Ponto final! A começar pela primeira vez tinha acabado o …

Vítor Carvalho - … ora bem, vi da primeira vez a mangueira ser retirada do sítio onde estava para o pavimento …

Juiz - … viu com os seus próprios olhos?

Vítor Carvalho – Vi, vi!

Juiz … viu este indivíduo a retirar a mangueira do local onde ela estava enfiada, para o pavimento?

Vítor Carvalho – Exatamente!

Juiz – Recorda-se qual foi a primeira vez, a primeira vez terá sido então … ah … estamos a falar entre setembro e novembro …

Vítor Carvalho - … isto foi …

Juiz - … terá ocorrido esta situação no seu quintal, no princípio e meio de novembro?

Vítor Carvalho - … sim …

Juiz - … no princípio de setembro?

Vítor Carvalho – Não exactamente …

Juiz - … em princípio de setembro a câmara colocou e alguns dias depois viu-o concretamente a retirar a mangueira e a pô-la para o chão …

Vítor Carvalho - … exactamente!

Ministério Público – Mas o senhor diz que viu, ou viu das imagens do vídeo da porteira?

Juiz – Senhora doutora depois vamos ver as datas. Viu este senhor tirar. Já vamos ver como é que viu. Viu-o retirar a mangueira lá do local, da caixa, onde a câmara o meteu. Como é que viu? Onde é que estava? Como é que viu este senhor?

Vítor Carvalho – Estava no escritório!

Juiz- Estava no seu escritório!

Vítor Carvalho – O meu escritório que fica na esquina da casa.

Juiz – Na esquina da sua casa. E da esquina da sua casa o senhor avista o local onde estava a mangueira enfiada?

Vítor Carvalho – Da esquina da minha casa eu avisto perfeitamente boa parte da praceta e quando vi a pessoa a deslocar-se naquele sentido …

Juiz - … na direcção …

Vítor Carvalho - … do que lá estava …

Juiz - … da sua casa, que era à beira do seu muro, não era?

Vítor Carvalho – Sim, mas a minha casa faz um, tenho aqui até um …

(tenta tirar uma fotografia do Googel da praceta duma pasta)

Juiz - … não precisa de mostrar, faça-me só uma …

Vítor Carvalho - … é uma praceta, o meu muro faz um ângulo reto, e portanto depois estou eu aqui, aliás, faz dois ângulos retos, eu estou aqui nesta esquina e a caixa fica aqui situada na extremidade da propriedade, que é portanto …

Juiz - … senhor engenheiro, o seu escritório avista o local?

Vítor Carvalho – Sim!

Juiz – Onde estava a …

Vítor Carvalho - … é isso …

Juiz - … e viu este senhor a deslocar-se para ali e tirar a mangueira?

Vítor Carvalho – Sim!

Juiz – E depois, voltou a vê-lo?

Vítor Carvalho – Voltei a vê-lo mais tarde …

Juiz - … quanto tempo depois? Mais ou menos!

Vítor Carvalho – Voltei a vê-lo, vi que aquilo ia continuar, e vi-o nas imagens depois …

Juiz - … depois não o viu mais vezes, depois das imagens?

Vítor Carvalho – Depois das imagens …

Juiz - … fez filmagens durante quanto tempo?

Vítor Carvalho – Eu penso que terá sido 1 minuto!

Juiz – Só filmou 1 minuto?

21
Dez19

78 - Julgamento - Primeira Audiência - 5ª Testemunha

António Dias

Aldrabão.jpg

 

78

 

Testemunha 5

Vítor carvalho

(42 minutos e 33 segundos)

 

Juiz – Diga-me o seu nome completo?

Testemunha – Vítor Carvalho!

Juiz – Estado Civil?

Vítor Carvalho – Casado!

Juiz – Profissão?

Vítor Carvalho – Engenheiro civil!

Juiz – Que idade é que o senhor tem?

Vítor Carvalho – Entre 62, quase 63.

Juiz – 62 anos! Ah, olhe uma coisa, o senhor tem alguma relação com o SMAS, ou outro qualquer?

Vítor Carvalho – Não!

Juiz – Não! Jura que vai dizer a verdade ao tribunal?

Vítor Carvalho – Sim!

Juiz – Faz o favor de se sentar! Faz favor senhora doutora.

Ministério Público – Meritíssimo juiz, muito boa tarde. Senhor Vítor Carvalho, o senhor sabe porque é que está aqui hoje?

Vítor Carvalho – A senhora pode repetir!

Ministério Público – Então eu pergunto-lhe, sabe porque é que o arguido está a ser julgado hoje?

Vítor Carvalho – Sim!

Ministério Público – Então o que eu lhe pergunto é o que é que o senhor presenciou relativamente aos factos que o arguido está a ser julgado?

Vítor Carvalho – O que é que eu presenciei?

Ministério Público – Sim! Ou visualizou.

Juiz – O que é que viu? Visualizar …

Ministério Público - … viu, viu? O que é que viu?

Vítor Carvalho – Vi uma vez a … estava uma a … penso que …

Ministério Público - … já temos contextualizado …

Juiz - … nós já sabemos …

Ministério Público - … a situação!

14
Dez19

77 - Julgamento - Primeira Audiência - 4ª Testemunha

António Dias

 

Polícia.jpg

 

77

 

Advogado do Arguido – Dona Sílvia, só para terminar, é um pouco mais concreto. Alguma vez a dona Sílvia, ou o seu marido, apresentaram queixa contra o arguido?

Sílvia Carvalho – Não!

Advogado do Arguido – Nunca apresentaram queixa, por exemplo, na polícia?

Sílvia Carvalho – Não! É isso que eu estava a dizer, o que nós pedimos à autoridade é que viesse mandar cessar a incomodidade, que eu não considero isso uma queixa. É queixa isso?

Juiz – Não é? Então o que é que a senhora está a fazer? Está a telefonar para a esquadra, “olhe tenho aqui um vizinho que tem uns cães que me incomodam”, passa a autoridade, é uma queixa, está a queixar-se.

Sílvia Carvalho – Ó senhor doutor, desculpe, se é queixa nesse sentido …

Juiz - … não estou a falar de uma queixa formalmente criminal, é uma queixa, a senhora telefona para a esquadra, “olhe tenho aqui um vizinho que tem uns cães que me incomodam, e não me deixam dormir”, o que é que está a fazer?

Sílvia Carvalho – Estou a requerer o apoio da autoridade para ir fazer cessar a incomodidade, mas se chamarmos queixa muito bem, essa sim …

Juiz - … isso é muito complicado …

Advogado do Arguido - … mas tem conhecimento de alguma vez ter dado origem, a senhora ou o seu marido, a algum processo na Câmara Municipal de Oeiras, contra o arguido?

Sílvia Carvalho – Ou seja, na sequência da nossa participação, do nosso pedido da vinda da PSP, pois não sei, fui lá noutro dia, chamei para o vizinho de baixo, depois fui lá consultar o processo que tinha dado “admoestação”, do senhor ainda não sei, mas provavelmente o meu, acho que chegaram a fazer um processo municipal, que eu ainda não sei qual é o desfecho.

Advogado do Arguido – Quantas vezes, assim por alto, só como imagem, quantas vezes terá chamado a polícia?

Sílvia Carvalho – Muitas, algumas, várias, bastantes …

Advogado do Arguido - … estamos a falar do arguido …

Sílvia Carvalho - … pois …

Advogado do Arguido - … do arguido, da família do arguido, dos cães do arguido …

Sílvia Carvalho - … pois, não sei dizer porquê, eu sinceramente acho que era mais para o vizinho de baixo, porque são 3 cães mais dois, e agora não sei quantificar quantas vezes é que disse que eram para este senhor, ou para o outro senhor. O outro senhor, por exemplo, no verão é complicado porque vai-se embora e o cão realmente não pára, este normalmente está mais presente, pronto de alguma maneira …

Advogado do Arguido - … pronto, muito obrigado!

Juiz – Boa tarde minha senhora, pode ir à sua vida.

07
Dez19

76 - Julgamento - Primeira Audiência - 4ª Testemunha

António Dias

Conflituosa.jpg

 

76

 

Ministério Público - … ó senhor doutor, a senhora Sílvia não acha isso …

Advogado do Arguido - …vai-me desculpar senhora doutora. Eles andaram a filmar um sítio onde não acontece nada, eu estou a provar que naquele sítio não aconteceu nada …

Juiz … ó senhor doutor …

Sílvia Carvalho - … mas quer o resto das imagens? Isso o meu marido tem na base de dados …

Advogado do Arguido - … não sou eu que quero, infelizmente não sou eu que mando …

Sílvia Carvalho - … mas eu também não …

Advogado do Arguido - … eu só requeiro!

Sílvia Carvalho – O meu marido só mostrou as imagens porque se calhar não fez, como é que se diz, a entrega no período legal, mas não sei se pode fazer, não sei se ele …

Juiz - … ele entrega e a gente vai vê-lo!

Advogado do Arguido – Ora, aqui para terminar …

Sílvia Carvalho - … mas eu não sei responder a isso …

Juiz - … vamos ver se ainda tem ainda …

Sílvia Carvalho - … não sei …

Advogado do Arguido - … para terminar, dona Sílvia, já recordou um pouco disso, é assim, como é que a senhora classificaria a relação que tem com o arguido? Boa, assim assim, péssima?

Sílvia Carvalho – Desadequada para a relação de vizinhança, desadequada …

Juiz - … ò minha senhora, as relações são boas ou são más …

Sílvia Carvalho - … sim, mas …

Juiz - … a atuação, se forem todos conflituosos acusam-se uns aos outros; se um for conflituoso e o outro não, as pessoas são, tem más relações com aquele senhor!

Sílvia Carvalho – Eu não tenho más relações …

Juiz - … não …

Sílvia Carvalho - … eu não tenho relações …

Juiz - … faz queixas daquele senhor, diz que ele faz coisas, e diz que tem uma boa relação?

Sílvia Carvalho – Queixo-me dele??

Juiz - … então não se queixou, fez queixa dele, está a dizer que foi lá cortar as coisas, já se queixou dos cães, então tem uma má relação com este senhor …

Sílvia Carvalho - … limitei-me …

Juiz - … isto não tem nada a ver, não confundam a má relação com a colocação da má relação, tem má relação, o alvo é aquele senhor, tem má relação, ele tem cães e vê-se obrigada a chamar a polícia, diz que corta a mangueira, diz que põe os dejectos na, na, não pode ter uma boa relação com ele …

Sílvia Carvalho - … pois …

Juiz - … ninguém tem, ninguém tem, não é? Pode é não falar com ele, mas que não se dá bem com ele, não se dá. Pode estar assustada, senão não estávamos aqui. Nós estamos aqui porque a senhora tem uma má relação com ele. Ponto final. Não quer dizer que a senhora, que a senhora discuta com ele, não estou a dizer isso, não estou a dizer que é a senhora que tem a iniciativa da má relação, admitamos que é ele que tem um carácter complicoso, e que arranja problemas, e que a senhora naturalmente não gosta daquele vizinho, um vizinho que põe, sob o seu ponto de vista, fezes no caixote de lixo, e que a empregada vem e suja a mão, o vizinho que vai lá e que tira os tubos que despejam, portanto não pode dizer que tem uma boa relação com ele, um vizinho que tem cães que ladram, e que a incomodam durante a noite, e que tem de chamar a polícia porque não está habituada àquele ruído, portanto isto não é uma boa relação, pode é essa relação não se consubstanciar num confronto direto com ele, agora não está a dizer que tem uma boa relação com ele, que não tem!

Sílvia Carvalho – Sim, mas também não disse …

Juiz - … não estamos a falar …

Sílvia Carvalho - … da relação …

Juiz - … da relação, isso não há relação, não há relações adequadas e desadequadas, há relações boas ou más, a senhora não se dá com este vizinho do lado, há vizinhos que guardam uma relação de distância, não há relação nenhuma com as pessoas, é só “bom dia”, “boa tarde”, ou até nem isso, há vizinhos que não dizem “boa tarde” nem “bom dia”, passam por ele, mas não dizem nada. Mais alguma coisa?

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