66 - Julgamento - Primeira Audiência - 4ª Testemunha
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Ministério Público – Com a devida vénia senhor doutor …
Juiz - … faz favor …
Ministério Público - … então vamos por partes, por favor, no meio de tudo isto …
Botão desligado pelo juiz
(Juiz carrega no botão que interrompe a gravação e mantém um diálogo com o MP:
Juiz – Se a senhora continuar com estas declarações vou ter que absolver o arguido!
Ministério Público – Meritíssimo, deixe-me continuar.
(Volta a carregar no botão, dando início à gravação.)
Juiz - … veja lá se não começa a puxar mais a corda …
Ministério Público - … não, não, não quero puxar …
Juiz - … senão ainda se parte …
Ministério Público - … não, o que eu quero perceber é, de acordo com as declarações que prestou agora diz, e isso parece-me assente, que não conseguiu ver ninguém a … calma … a pôr a mangueira, a tirar a mangueira da caixa que se encontra do lado de fora do vosso muro, não viu! O que viu foi este senhor deslocar-se para aquele lado, para o lado da vossa propriedade, ou junto ao muro onde se encontra essa caixa, é isto?
Sílvia Carvalho – Sim!
Ministério Público – Existe alguma passagem, ou algum sítio para o qual aquela zona dá, imagine, eu não sei onde o senhor mora mas …
Sílvia Carvalho - … é uma praceta fechada onde não passa ninguém, quem passa, este senhor por exemplo passa muitas vezes, porque quando os cães fazem as suas necessidades em frente ao portão do vizinho da frente ele vai lá apanhar, passa ali porque …
Ministério Público - … é frequente então este senhor passar junto àquele local onde se encontra a caixa?
Sílvia Carvalho – Não, não é frequente porque ele tem de ir ali de propósito, só quando ele tem o carro estacionado é que se dirige ali. É frequente porque ele estaciona o carro, vai ali, vai buscar o carro dele, ele estaciona ali porque tem sombra, e naquelas vezes não estava lá carro nenhum, a casa fica completamente exposta, a praceta não tem ninguém, nós somos só quatro, ele se passa ali, bom …