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Inocênte de Quê?

"É relativamente fácil suportar a injustiça. O mais difícil é suportar a Justiça" - Henry Menchen

"É relativamente fácil suportar a injustiça. O mais difícil é suportar a Justiça" - Henry Menchen

Inocênte de Quê?

25
Ago19

62 - Julgamento - Primeira Audiência - 4ª Testemunha

António Dias

 

contradições.png62

Juiz - … foi para verem o corte, quando é que se apercebeu do corte, e como está a dizer que viu-o deslocar-se, mas não viu o corte, só depois é que se apercebeu dele?

Sílvia Carvalho – Pelo cheiro!

Juiz – Pelo cheiro!

Sílvia Carvalho – Pelo cheiro!

Juiz – Então tem de dizer, mais ou menos, aquilo de que se recorda. Foi logo a seguir?

Sílvia Carvalho – Não, não, não foi no mesmo dia …

Juiz - … não foi no mesmo dia …

Sílvia Carvalho - … não foi no mesmo dia … houve tantas ocorrências, teve tantas situações, que eu não me lembro se foi no dia a seguir, se foi noutro. Entretanto lembro-me que o meu sogro foi para uma emergência no hospital, foi ao hospital numa emergência, lembro-me que foi de manhã, só não me lembro se foi no dia seguinte ou dois dias depois. De manhã quando vou ao jardim, quando abro as janelas, era um cheiro nauseabundo, apercebi-me que estava tudo alagado, e é nesse momento em que vou verificar, portanto a percepção que o esgoto está a correr para o nosso jardim é muitas horas depois de …

Juiz - … exato …

Ministério Público - … então, se passaram muitas horas depois como é que podemos, muita gente podia ter ido àquele local cortar a mangueira, como é que nós podemos com tanta certeza afirmar que foi aqui o arguido?

Sílvia Carvalho - … eu não estou aqui …

Juiz - … não está a afirmar com certeza …

Sílvia Carvalho - … eu não estou a afirmar …

Juiz - …como viu o movimento dele suspeita que foi ele, não pode dizer que foi ele, porque começou por dizer que não viu …

Ministério Público - … então tendo em conta o Ministério Público vai requerer aqui a leitura do depoimento da testemunha ao abrigo do trezentos …

Juiz - … e cinquenta e seis …

Ministério Público - … e cinquenta e seis …

Juiz - … declarações em …

Ministério Público - … na polícia, na esquadra…

Juiz - …na Polícia de Segurança Pública …

Ministério Público - … o Ministério Público atenta às declarações aqui da testemunha e algumas contradições no seu depoimento, afim de esclarecer o tribunal, o Ministério Público requer ao abrigo do 358 e nº 2, alínea D, desculpe, 356. Nº 5, 356 nº 5, remete para o nº 2, alínea b) …

Juiz - … pronto …

Ministério Público - … nada a opor!

Juiz - …pronto …

Ministério Público - … nada a opor!

18
Ago19

61 - Julgamento - Primeira Audiência - 4ª Testemunha

António Dias

 

Cano.JPG61

 

Ministério Público - … então vamo-nos centrar nesse dia do corte da mangueira, para ver como é que as coisas aconteceram. A senhora está a dizer que viu  …

Sílvia Carvalho - … vi!

Juiz – Viu o senhor aproximar-se do seu muro , mas não viu o que é que ele fez?

Sílvia Carvalho – Não vi o que é que ele fez, nem podia ver de onde estava …

Juiz - … é impossível porque a casa está tapada …

Sílvia Carvalho - … é impossível dali donde estava o que visionava era impossível de ver. Vejo o muro, vejo as circunstâncias em que acontecem, mas agora dizer que vi o corte, não vi, nem tinha ângulo de visão para ver.

Ministério Público – Então como é que sabe que foi naquele dia que apareceu a mangueira cortada?

Sílvia Carvalho – Por exclusão de partes, não? Porque não consigo mal ver …

Juiz - … quando é que deu pela mangueira, a questão é esta, quando é que deu pela mangueira cortada?

Sílvia Carvalho – Não foi quando a mangueira esteve cortada, a mangueira estava cortada daqui para baixo, a mangueira flexível, e o corte, só para tentar, isto é realmente esquisito, o corte foi feito por dentro, ou seja, como foi feito por fora, pelo exterior, pela via pública …

Juiz - … a partir da via pública fizeram dentro do quintal o corte …

Sílvia Carvalho - … muito bem, e portanto o corte fica para o lado daqui …

Juiz - … para o lado do quintal …

Sílvia Carvalho - … não, para o lado da via pública, do muro …

Juiz - … exato …

Sílvia Carvalho - … fica de frente para o muro. Eu quando venho daqui, desta zona, tal e qual como está aqui, tem assim um bocado de terra e nós aproximamo-nos dali, à vista não está a acontecer nada de anormal, porque quando olhamos não acontece nada, quer dizer, a bomba não dispara continuamente, só dispara quando …

Juiz - … de dez em dez minutos ou quando está cheio, tem uma válvula …

Sílvia Carvalho - …quando está cheio …

Juiz - … tem uma válvula, isso já foi explicado …

Sílvia Carvalho - … pronto deve ser isso, tem uma bóia …

Juiz - … tem uma válvula …

Sílvia Carvalho - … e portanto se vai ali quando aquilo não está a despejar, não vê nada. Aliás, o mesmo aconteceu quando veio a Polícia Municipal …

10
Ago19

60 - Julgamento - Primeira Audiência - 4ª Testemunha

António Dias

Confuso.jpg

60

Sílvia Carvalho – Sim…eu não vi nenhuma vez, vi as imagens porque de facto não era muito normal aquele percurso, e portanto guardámos as imagens e vi posteriormente. Quando houve o acontecimento que foi mais um bocado problemático, no dia em que a mangueira foi posta para dentro do nosso jardim, não foi tirada para a rua, foi posta no nosso jardim, foi tirada a ponta da mangueira e colocada dentro do jardim pelo arguido, bom aí vi, visualizei as imagens quando chegámos, quando nos apercebemos da situação, e fomos andar para trás, desbobinar as imagens …

Ministério Público - … e isso foi quando?

Juiz – Recorde-nos a data!

Sílvia Carvalho – A data, não posso …

Ministério Público - … ou seja, mas essa foi a única situação em que a senhora não viu, viu através das imagens …

Sílvia Carvalho - … através das imagens!

Ministério Público – E quanto ao corte da mangueira? A senhora viu aqui o arguido a cortar a mangueira?

Sílvia Carvalho – Não vi o corte da mangueira, nem, quando eu estava no, eu vejo da cozinha e vejo ali duma salinha, e portanto dificilmente, tenho uma zona de vegetação que não me permite ver a atuação do corte da mangueira. O corte da mangueira aconteceu de uma maneira diferente, o corte da mangueira já foi feito dentro do nosso espaço. O corte da mangueira …

Juiz - … entrou no vosso espaço e cortou lá dentro …

Sílvia Carvalho - … como disse?

Juiz – Entrou para dentro do vosso quintal e cortou lá dentro?

Sílvia Carvalho – Não, não …

Juiz - … ou não?

Sílvia Carvalho – Não! Por fora, porque não é preciso entrar para dentro do quintal. O que acontece é que o SMAS, o muro é mais ou menos desta altura, e daqui para cima tem uma vedação. O SMAS colocou, aqui é a via, um sistema rígido, que devia de ir mais ou menos até aqui, e depois daqui engatar novamente na tal mangueira, que parece assim dos …

Juiz - … bombeiros …

Sílvia Carvalho - … dos bombeiros, tinha o sistema rígido até aqui, e depois até que agarrava na tal mangueira, só aqui é que ela é cortada. Daí não tenho a vegetação  e, portanto, vê-se de fora, mas …

Ministério Público - … não, o que eu quero saber …

Sílvia Carvalho - … não, o arguido não entrou dentro da casa para cortar a mangueira…

Juiz - … cortou de fora …

 Sílvia Carvalho - … põe-se assim a mão e chega-se lá …

Ministério Público - … sim, mas …

Juiz - … quem foi que cortou meteu a mão e cortou …

Ministério Público - … presume …

Sílvia Carvalho - … pois presumo porque

Ministério Público - … mas a senhora vê ele a lá ir cortar, ou aproximar-se no dia em que apareceu a mangueira cortada?

Sílvia Carvalho - Aproximar-se sim, não posso é dizer, não posso afirmar …

Ministério Público - … mas no dia em que a mangueira foi cortada?

Sílvia Carvalho – Exatamente!

JuizViu aproximar-se nesse dia?

Sílvia Carvalho – Exatamente! Ah, viu-o aproximar-se do seu muro, não viu foi o que é que ele fez.

Ministério Público – Então, isso foi quando?

Sílvia Carvalho – Peço desculpa mas eu as datas não trago, assim com pormenor eu não consigo agora reproduzir, poderia ter vindo munida, tenho apontamentos, até das várias vezes que ligava para o SMAS, mas nós só detetámos porque a bomba não estava a despejar nessa altura …

03
Ago19

59 - Julgamento - Primeira Audiência - 4ª Testemunha

António Dias

 

Venia.png

 

59

 

Ministério Público – Com a devida vénia meritíssimo juiz, muito boa tarde. A senhora sabe porque é que está aqui hoje?

Sílvia Carvalho – Por causa de uns acontecimentos que ocorreram lá na praceta!

Ministério Público – Pode dizer ao tribunal qual é o conhecimento dos factos que a senhora tem relativamente aqui ao arguido, que está a ser julgado?

Sílvia Carvalho – Exatamente …

Ministério Público - … o que é que a senhora presenciou quanto aos factos que o arguido está aqui a ser julgado?

Sílvia Carvalho – A câmara municipal sobre os factos não …

Ministério Público - … eu também não posso dizer …

Juiz - … sabe o que é que aconteceu? Sabe, não sabe, o que é que aconteceu? O que é que aconteceu com a mangueira? Primeira questão! O que é que foi colocado no seu quintal, face ao problema que ocorreu com a oclusão do … do …

Sílvia Carvalho - … do esgoto …

Juiz - … do esgoto, o que é que foi feito, se a senhora sabe o que é que foi feito …

Sílvia Carvalho - … certamente …

Juiz - … o que é que o SMAS fez, na decorrência da intervenção do SMAS, o que é que ocorreu de anormal que justifique nós estarmos aqui hoje? É tão simples isto. Pronto!

Sílvia Carvalho – Muito bem! Isto de estar a repetir o que eventualmente o SMAS já explicou melhor, mas aconteceu o entupimento que vinha de um esgoto lá de cima da rua de cima …

Juiz - … já sabemos isso …

Sílvia Carvalho - … detetámos isso, o SMAS de alguma maneira pediu que se fizesse a transferência, depois de nós termos a caixa cheia, detetar tudo isso, o SMAS provisoriamente, enquanto não resolvia o problema da rua de cima, pediu para se dar autorização, uma vez que a nossa vizinha de cima não autorizou qualquer intervenção no seu terreno, enfim nós também para não bloquear o funcionamento dos vizinhos de cima, que naturalmente tinham de escoar o esgoto para qualquer lado, permitimos que fizesse a trasfega do esgoto dos tais vizinhos de cima, que estavam a entupir o colector, que estava no nosso logradouro e portanto o SMAS fizesse a trasfega, desse colector para o colector que está na via pública, na praceta. O SMAS fez essa intervenção, colocou uma mangueira assim parecida com aquelas dos bombeiros, uma mangueira mole, colocou a mangueira no nosso ponto de descarga, para o ponto de descarga que está na praceta. E depois tivemos vários episódios porque a mangueira passou a aparecer, não com a boca para dentro do colector, ou caixa de visita que é como aquilo se chama, e passou a despejar cá para fora.

Juiz – Para a rua?

Sílvia Carvalho – Para a rua!

Juiz – Para a via pública?

Sílvia Carvalho – Para a via pública! O que é muito incomodativo, não porque vai para a rua, mas porque a praceta inclina um pouco e nós levamos com aquela descarga toda, porque quando a bomba disparava e despejava disparava tudo para ali, em vez de ir para a caixa de descarga, onde tinha sido apontada. E depois houve vários episódios, chamei várias vezes o SMAS, e a mangueira estava fora …

Juiz - … do local de despejo …

Sílvia Carvalho - … aquilo era tudo provisório naturalmente, portanto, aquilo era uma mangueira …

Juiz - … pois isso já foi dito, era para resolver mais tarde como resolveram …

Sílvia Carvalho - … exactamente mas era só para descarregar provisoriamente …

Juiz - … para essa caixa …

Sílvia Carvalho - … para essa caixa de esgoto, onde supostamente a mangueira deveria estar a descarregar para dentro do esgoto. Pois como eu disse foram sucessivos acontecimentos, o SMAS colocava a tampa a fazer peso, entendi que podia ser a pressão da água, de maneira que os episódios foram vários …

Ministério Público - … mas diga-me uma coisa, alguma vez a senhora viu aqui o arguido a tirar a tampa, ou a mangueira do local …

Juiz - … a tirar a mangueira …

Sílvia Carvalho – … a tirar a mangueira, vi o arguido a direcionar-se para a nossa, nós temos uma zona que conflui com o vizinho, o arguido movimentou-se naquele percurso algumas vezes.

Ministério Público – Movimentou-se algumas vezes, mas viu …

Juiz - … a tirar a mangueira que vai para a rua, viu?

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