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Inocênte de Quê?

"É relativamente fácil suportar a injustiça. O mais difícil é suportar a Justiça" - Henry Menchen

"É relativamente fácil suportar a injustiça. O mais difícil é suportar a Justiça" - Henry Menchen

Inocênte de Quê?

25
Mai19

49 - Julgamento - Primeira Audiência - 2ª Testemunha

António Dias

Manga.jpg

 

 

48

 

Juiz – Sim!

Henrique Urbano – Como ele estava interrompido fizemos essa passagem aérea, através de uma mangueira flexível até nós chegarmos à solução definitiva.

Ministério Público – Até chegar à solução definitiva. Consegue precisar datas? Quando é que começou essa situação? Até …

Juiz - … sabe a data da primeira vez?

Ministério Público - … da primeira vez?

Henrique Urbano – Eventualmente a meio de Setembro … de 2012 …

Juiz - … a meio de Setembro de 2012.

Henrique Urbano – Sim!

Ministério Público - … meio …

Juiz - …meio …

Ministério Público - … e depois quando é que começou a haver problemas, porque isto causou, se calhar, alguns transtornos da vizinhança, uma vez que temos conhecimento que o acesso era através de uma rampa, e aquilo era metido numa praceta que dava acesso a quatro moradias, com certeza? Se calhar aquele acesso para aquela caixa exterior, como estava vedado, impedia a mobilidade, digo eu, se calhar …

Henrique Urbano - … não, a caixa está junto ao passeio, junto ao lote do senhor Vítor Silva …

Juiz - … continue a descrever!

Henrique Urbano – A praceta é bastante larga …

Juiz - … tinha a mangueira metida na caixa de visita …

Henrique Urbano - … com a tampa ligeiramente deslocada para a mangueira poder ser introduzida …

Juiz - … para despejar para a caixa …

Henrique Urbano - … para despejar diretamente da tubagem …

Juiz - … para dentro da caixa?

Henrique Urbano – Exatamente!

19
Mai19

48 - Julgamento - Primeira Audiência - 2ª Testemunha

António Dias

 

Esgoto.JPG

 

48

 

Juiz – O seu nome?

Testemunha – Henrique Urbano!

Juiz – Estado civil?

Henrique Urbano – Casado!

Juiz – Profissão?

Henrique Urbano – Sou engenheiro civil!

Juiz – Que idade tem?

Henrique Urbano – Quarenta e três!

Juiz – O senhor é funcionário do SMAS?

Henrique Urbano – Sim!

Juiz – Esse facto não o impede de vir a tribunal?

Henrique Urbano – Não!

Juiz – Jura só dizer a verdade ao tribunal?

Henrique Urbano – Sim!

Juiz – Faça o favor de se sentar, senhora Procuradora.

Ministério Público – Obrigado meritíssimo juiz, muito boa tarde senhor engenheiro. Sabe porque é que está aqui hoje?

Henrique Urbano – Sei!

Ministério Público – Então pode dizer ao tribunal qual é o seu conhecimento dos factos.

Henrique Urbano – Portanto houve …

Ministério Público - … no âmbito duma intervenção esteve aqui, na qualidade de engenheiro …

Henrique Urbano - … houve ali uma anomalia no nosso colector que passava dentro da moradia, e tivemos de ir várias vezes ao local, e tivemos de fazer uma “solução provisória”, porque na construção dum muro numa moradia da rua de cima, quando injectaram betão na execução do muro, danificaram o nosso colector. Depois tivemos de optar por uma “solução provisória” para drenar três moradias. A primeira delas foi a introdução de uma bomba dentro da caixa de visita duma moradia em baixo, na praceta …

Juiz - … só para esclarecer, a caixa é fora ou dentro do jardim?

Henrique Urbano – Dentro da moradia!

Juiz – A caixa é dentro da moradia?

Henrique Urbano – Dentro da moradia, a caixa está dentro da moradia e faria …

Ministério Público - … uma bombagem …

Henrique Urbano - … para o exterior da moradia …

Ministério Público - … com uma mangueira …

Henrique Urbano - …com uma mangueira flexível …

Ministério Público - … com uma mangueira para a caixa cá fora?

Henrique Urbano – Exatamente! Esse troço estava interrompido com betão.

Juiz – Sim!

12
Mai19

47 - Julgamento - Primeira Audiência - 1ª Testemunha

António Dias

Manga.jpgManga 1.JPG

 

 

 

 

 

47

Advogado do Arguido – Não é isso que eu estou a perguntar.

Juiz – O que o senhor doutor está a dizer, é que os senhores tiraram a mangueira para fora, e ela estava ali.

Advogado do Arguido – Eu disse isso?

Juiz – Está a dizer que a mangueira não está lá metida, está a deitar para a rua.

Advogado do Arguido – Eu disse isso? Vossa Excelência vai-me desculpar, eu respeito tanto Vossa Excelência…

Juiz - … ó senhor doutor, está a dizer que não estava na caixa …

Advogado do Arguido - … estou a dizer de que está na rua, estamos a ver imagens ou estamos a fazer outra coisa, vai-me desculpar…

Juiz - … quer baralhar-nos, baralhou tudo…a questão é esta, se não tem nada a dizer da mangueira, a mangueira aqui já está fora da caixa …

Advogado do Arguido - … isto é interpretarmos as imagens, ou estamos a interpretar as imagens, ou estamos a fazer outra coisa, vai-me desculpar Vossa Excelência.

Juiz – Está-me a dizer que os serviços deixavam o esgoto a correr para a rua …

Advogado do Arguido - … eu estou a dizer isso?

Juiz – Está-me a dizer que a mangueira fica cá fora!

Advogado do Arguido – Eu estou a dizer isso? Eu estou a interpretar as imagens.

Juiz – Ah, as imagens dizem que os serviços puseram o líquido a deitar para fora.

Advogado do Arguido – Vossa Excelência, ou estamos a interpretar as imagens, ou não.

Juiz – Não vale a pena estarmos a fingir, a questão é esta …

Advogado do Arguido - … a fingir? Volto a dizer a Vossa Excelência, já nos conhecemos a algum tempo …

Juiz - … há muitos anos … vamos lá ver, o facto da mangueira estar fora não quer dizer, eu não acredito, que a mangueira tenha sido posta fora da caixa … estamos a ver isto, não estamos a ver o resto …

Advogado do Arguido - … todos estamos a ver …

Juiz - … isto é o que estamos a ver … não acredito que a mangueira estivesse fora da caixa, pelo menos não valia a pena …

Advogado do Arguido - …  estamos a ver outra coisa …nós estamos a ver outra coisa …

Ministério Público - … posso só … um pequeno esclarecimento em função das imagens que estamos a ver. Se a mangueira estiver, nesta imagem vê-se que a mangueira está fora da caixa. Se a mangueira tivesse estado durante um período longo de tempo fora da caixa, estaria a via pública no estado em que se encontra, ou estaria a via pública conspurcada com aquilo que deve entrar dentro da caixa? É isso que eu quero perceber também.

Juiz – Não, não vale a pena, nesta fotografia encontro a mangueira fora da caixa, ponto final. Nada a opor?

Ministério Público – Esta imagem em que se vê este senhor a pôr a mangueira dentro daquele lado do muro, é isto que o senhor engenheiro qualifica como o tal ato humano que depois faz então sair os resíduos …

Juiz - … vamos lá ver, em concreto não tenho dúvida de que a mangueira estava metida …

Ministério Público - … vamos lá ver, a imagem é de 1 de Outubro …

Juiz - … às 16 horas e 36 minutos. Muito obrigado, boa tarde, pode ir à sua vida.

José Bonito – Obrigado!

05
Mai19

46 - Julgamento - Primeira Audiência - 1ª Testemunha

António Dias

 

Filmar.jpg

 

Advogado do Arguido - … a questão é se a “solução provisória” é aquilo que parece aparecer no vídeo?

Ministério Público– Eu vou fazer o mesmo exercício. Foi fornecido pela testemunha Vítor?

Advogado do Arguido – É!

Filme - Visualização

Advogado do Arguido – Salvo erro a caixa fica por aqui.

Juiz – Mas essa caixa é fora da propriedade!

Advogado do Arguido – A propriedade do senhor Vítor é esta, aqui é de onde está a filmar, da entrada …

Juiz - … mas antes disso já devia ter tirado …

Advogado do Arguido - … tem aqui uma caixa …

José Bonito - … é essa caixa onde a mangueira estava …

Juiz - … mas vamos lá ver … atenção, esta não é, há uma outra que o senhor referiu que é retirada, que estava dentro da propriedade…

Ministério Público - … do Vítor …

Juiz - … a primeira vez é retirada de dentro da propriedade da testemunha, não é? Esta, está cá fora …

José Bonito - … sim, não há dúvida nenhuma …

Juiz - … e alguém chega ali, tira a mangueira e coloca-a dentro do quintal, não é?

José Bonito – Sim, esta é antes da última solução, depois abrimos aqui uma vala para a drenagem ir diretamente para a caixa. É isso que eu recordo!

Juiz – Vamos lá ver, a primeira solução que fizeram foi dentro da propriedade ainda do …

José Bonito - … exactamente, era para passar …

Juiz - … a mangueira cá para fora … os senhores puseram lá a mangueira e alguém veio e atirou para o quintal dos senhores, e depois voltaram a pôr a mangueira e alguém voltou a pôr no quintal do vizinho.

José Bonito - … e depois da última vez enterrámos a mangueira …

Juiz - … para não a poderem tirar, e como não conseguiu tirar, cortou-a!

José Bonito – Exato, é isso.

Advogado do Arguido – Senhor engenheiro, se não se importa voltamos àquela pergunta que lhe tinha feito há pouco. Esta é, portanto, a “solução provisória”?

José Bonito – Foi uma das soluções provisórias, porque depois a outra já foi enterrar.

Advogado do Arguido – Diga-me uma coisa, o senhor engenheiro sabe se esta, no fim de contas sinalização, estava lá desde o início?

José Bonito – Estava!

Advogado do Arguido – A mangueira estava apoiada em alguma coisa?

José Bonito – Não sei! Esse pormenor técnico não sei.

Advogado do Arguido – Aqui nas imagens vê-se que a mangueira não está dentro da caixa.

José Bonito – Exatamente!

Juiz – Não, está dentro da caixa.

Advogado do Arguido – Estamos a ver, ela não está dentro da caixa. Senhor engenheiro, vai-me desculpar, é assim que deve estar?

José Bonito – Não!

Advogado do Arguido – É o que estamos a ver, estas são as imagens que estamos a ver. Em três meses, estas são as imagens.

José Bonito – Só lhe posso garantir é que os meus serviços não punham a mangueira fora da caixa.

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