13 - O Vigilante
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Vítor era agora um vigilante, com a estranha cumplicidade dum graduado da polícia. Como António tinha fixado um dos apelidos dos rapazes, por ser o mesmo de um amigo de adolescência, telefonou-lhe. Soube que estavam indignados, os agentes, mandatados pelo seu comandante, tinham utilizado de forma excessiva os meios coercivos de que dispunham, no âmbito dos poderes funcionais que lhes tinham sido legalmente conferidos para o exercício da função policial. Mais tarde numa conversa com o rapaz, António soube dos acontecimentos. Quando estavam a namorar, com pouca roupa, apareceram polícias com shotguns, e tiraram-nos do carro, tendo revistado todo o veículo. Foram multados às 01h30m por “na data, hora e local supramencionados o referido condutor circular com a viatura supra em incumprimento à indicação dada pelo sinal de proibição C-2 – transito proibido”(129,70 euros), assinava o agente de nome Bruno! Os agentes tinham cometido um grave abuso de autoridade, valendo-se da posição superior de autoridade em que estavam investidos, para consumar a agressão, bem sabendo da especial censurabilidade da sua conduta. António descobriu que o seu vizinho do nº 4 tinha instalado mais uma câmara de filmar, além das seis que já possuía dentro do logradouro, não registadas na CNPD, por isso sem o aviso exterior obrigatório, desta vez numa das chaminés da vivenda, voltada para a praceta.